domingo, 13 de abril de 2014

Vida partida



 Peças

 Avessas
 Sedentas
 Rebentas
         Ou não.
Seletas
Contentas
Beleza
         Ilusão
Famintas
Cabeças
Quebráveis.
Sem menos
Sem mais
Só nega:

              ação.

In: 

           partes
completas
Cor:
         formas
  Rompidas
De vida.
Finita
A:
Temporais.

   Perdidas.



terça-feira, 18 de março de 2014

Balbúrdia





G
    R?
Não.
 G!
Gerve?
 Ve?
GRE?
 EVE?
Não. G!
   R!
E!
 Ve!
GrEve             
greVê    
          G
re                    ve
GReVE!
GrE               ve       
            VegRe

Greve?
Falta 
Comum.
   Des  
                   Ordem.
G. 

Afunda


-Você é tão... tão... grande...
-Uhum
-E tão... tão... gostoso...
-Uhum
-E tão... tão... mole...
-Mole?
-É...afunda.. Ai!! como afunda! Não todo. Só a metade.. Todo só quando afunda muito. Aí acostuma
-Hã? E aí?
-E aí o que?
-O que é que tem?
-Não sei. Só gosto.
-Do quê? De mim?
-Claro que não, nem te conheço.
-Hã?
-Hã o quê?
-Pera. E do que você gosta?
-Das sensações que sinto. Você é só um objeto.
-Ah entendi. É uma daquelas piadas. Sou um travesseiro.
-Travesseiro? E cadê a graça. Você só é meu objeto
-Objeto de quê?
-Do meu texto.
-E qual o sentido disso?
-Nisso? Prazer.
-Não. Disso.
-Disso? Mas aí é outra contração, não é de sentir.
-Contração? Eu sou uma contração?
-Não.
-E o que sou?
-Algo.
-Algo? Nem sou alguém?
-Já falei que você é um objeto.
-Objeto? Qual?
-Ah sei lá. Pra que quer saber?
- Pra entender.
-Entender o quê? Que diferença faz?
-E qual o sentido desta conversa?
-Este é o sentido. Você sente.
-Então esta é a lógica?
-Pra que lógica. O prazer só se sente, não se entende.
....Vai. Afunda.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Resto de rimas


Resto de vida
Resto de flor
Resto de Amor
De companhia

Resto de cor
Se for
De alegria
Melhor
Que resto de dor
Devastaria
Cardíaco setor
Cardiopatia
Faleceria
Da carne vigor
Contaria

Resto de olor
Pior
Que puro fedor
Que atavia. Disfarçaria

A Decompor
Memórias de tempo
Prosas de olor
Dias cinzentos
Pensamentos
Retiniria.
Desfaçaria

Resto de cor
Se for
De alegria
Melhor
Que resto de dor
Devastaria
Cardíaco setor
Cardiopatia
Faleceria
Da carne vigor
Contaria

Resto de olor
Pior
Que puro fedor
Que atavia. Disfarçaria

A Decompor
Memórias de tempo
Prosas de olor
Dias cinzentos
Pensamentos
Na retina 
a rima
Retiniria.
Sentimentos
Rimaria
Os restos. De poeta.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Decompositores


‘Stamos perdidos na relva
Em meio a corujas, cupins e tamanduás
Eles cortam, ferem, sangram e não morrem
Consomem todo o ar, o que há,

Enquanto uns veem e voam.
Outros consomem seus feitos
Surgem de fino,
Mas tiram o grosso! Os leitos
Suas figas, seus neurônios e cupins

Fraca, puro concreto.
A madeira se desfaz sangrenta
Sobre a floresta que geme o estrume de vidas
Que existe, mas morre vivendo.

São restos de esperma e óvulos de vento
Pingos de leite que se deleitaram em teu seio
Fermentam. Não ‘a’. Aspiram pútridos desejos

São cobras, corvos

Mortos. Percevejos.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Sexo natural



Há cor
De brisa e carvão
Paixão
Há som,
Há tom
De vermelho, sabão
Que escorrega,

Cambia, proibe
Emoção
desconsidera o botão.

'Feliztece'
E se tece o hematoma
Que se tivesse
Sabor
Seria de preto
Pois se perde
Enlouquece
De emoção
Sem saber.
Ao conhecer
Sem permitir-se dizer
Do que é.
Que se sente
ao não viver
Ou Viver.
 A chuva

O tempo fala,
O chão transpira,
A mão encara
As curvas, sutilmente.

Mentira. Aperta. Esmaga
Dedos cheiram
O aroma que exala
Das sépalas
E as pétalas
Que procuram a chuva
E encontram.
Ao desabrochar da flor
Após o furacão.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Notas antigas



Hoje pensei em você
Não como nos outros dias
E sim nostalgicamente quimérica.

Revi conceitos, revi momento.
Revi olhares, revi gestos e palavras

Revi o sim, revi o não
Asilado pelo talvez, reverso de afirmação.
Revi olhos, brilho, canções
Sorriso ofuscado de timidez e alucinações.

Pensei nos causos compartilhados
Nos afagos arquitetados, idealizados.
Da agora saudade que preenche a mente neste instante
Deste artista de alma cantante
Que me distraía as tardes com o tua compleição.

Revi cadeiras, palavras, frases
Sons, sorrisos, olhares
Lembranças, dedos, violão
Revi emoção
Revi amizade, admiração, afeição.
Hoje

- Vejo saudade.

(Milly Almeida- 10/11/2012)